Últimos momentos
Hoje vivemos nossos últimos momentos,
Num vil diálogo, pungente; dolorido,
Inutilmente, pr'ocultar o sofrimento,
Nossa mudez, a revelar-nos o escondido.
Tanto a dizer, mas nos calamos, simplesmente;
Já foram tantos desenganos que vivemos.
Não há desculpa, nem palavra que argumente,
Ou justifique porque ainda nos queremos.
As nossas vidas foram passos ritmados,
Como uma valsa, lenta e triste, sem amor.
Desarmonia, passos falsos, mal dançados.
Fomos poema que rimou, tristeza e dor.
Como esculturas, par de vasos, já trincados:
Eu e Você, obras de arte, sem valor.
* * * (©Marks 2001)