Últimos momentos

Hoje vivemos nossos últimos momentos,

Num vil diálogo, pungente; dolorido,

Inutilmente, pr'ocultar o sofrimento,

Nossa mudez, a revelar-nos o escondido.

Tanto a dizer, mas nos calamos, simplesmente;

Já foram tantos desenganos que vivemos.

Não há desculpa, nem palavra que argumente,

Ou justifique porque ainda nos queremos.

As nossas vidas foram passos ritmados,

Como uma valsa, lenta e triste, sem amor.

Desarmonia, passos falsos, mal dançados.

Fomos poema que rimou, tristeza e dor.

Como esculturas, par de vasos, já trincados:

Eu e Você, obras de arte, sem valor.

* * * (©Marks 2001)

MARCELO MARQUES
Enviado por MARCELO MARQUES em 21/08/2005
Reeditado em 12/04/2007
Código do texto: T44161
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