Soneto de solidão

Passo o dia, passo a noite e madrugada,

Revivendo o grande afã do meu viver.

Arredia está distante a minha amada,

Que em minh'alma faz meu peito padecer.

Mas eu sigo vida a fora a longa estrada,

Me embrenhando ao lusco-fusco do meu ser.

Amiúde, vivo vida apaixonada,

Eu só sei que nunca mais vou te esquecer.

Onde estás amada minha, nesta hora

Tão difícil, que não posso suportar

Essa dor que me abate e me devora?

Já não tenho mais razão de caminhar

Nas estradas que andei feliz outrora.

Esqueci a conjunção do verbo amar!