A FLOR DA ALMA

Lá nos confins desta minh'alma, uma florzinha

mui solitária fita o céu, com fé, pedindo:

“Flore um jardim perto de mim, sou tão sozinha,

com outras flores coloridas, todo lindo!”

Oh, pobre flor, que assim, tão só, triste, se aninha

ao aconchego da esperança em sonho avindo,

para manter o seu frescor que se definha...

E não chorar as suas pétalas partindo...

Ó, melancólica florzinha da minh'alma,

estas sementes que tu vês em minha palma,

eu lançarei, espalharei ao chão de mim.

“Mãe alma escura, que me prendes dentro em ti,

permite, então, que alheia mão semeie aqui,

porque o diverso é essencial para um jardim.”

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 21/08/2013
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