Guarde estes versos, para quando o tempo passar
Talvez um dia façam sentido, quiça mitiguem os ais
Se lembrares de mim, amargurar-se, cair no choro
E descobrir o que já sei, que saudade é não ter paz

Nós seremos, o que temos sido, estrelas longínquas
Já que construímos entre nós o fosso da ambiguidade
Unidos somente por este anseio contraditório da alma
Este querer que não se consuma, esta maçã sem metade

Sem ilusão de que possa este amor recrudescer no silencio
Eu só, em remendos, farei versos do que deixaste em mim
Posto que o amor é imortal, entre pedras, renasce e insiste

Assim na escuridão de viver sem amor que é o nosso fim
Sua dor e meus versos, inutilmente, levarão a luz da saudade,
A iluminar aquele nosso velho caminho, que não mais existe!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 24/08/2013
Reeditado em 18/02/2024
Código do texto: T4449186
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.