ESPECTRO NA PAREDE
Oh! antigo chapéu de feltro escuro
Há tanto na parede pendurado
Guardas em ti o pó do tempo
Ou o pó do tempo o tem guardado?
Quantos pensamentos e aflições jaziam
Na cabeça que cobrias pensativa e aturdida
Por em vão, tentar esconde-las, encobri-las
Carregas agora em ti, as nódoas desta vida
Nem sabes que és importante pra mim,
Uma relíquia, um amor quieto, sem alarde
Que a força do tempo jamais subtrai
Pois em ti me acho preso, encarcerado
Por ser tu um pedaço do meu passado
Oh, velho chapéu do meu pai!