O FANTASMA

Eu assanhei, eu assombrei o meu fantasma,

eu o lancei disperso ao ar pesado, denso

das agonias infernais das crises de asma,

bruto torpor, torpe sofrer tão crasso, intenso...

Emanações de fel, mefítico miasma

atraem ratos para mim, um bando imenso,

que roem, bravos, minha sobra boba, pasma;

eu já não sei concatenar, eu já não penso.

E meu fantasma a revoar pelo recinto

vinga de mim e me aprisiona em labirinto

escuro, frio, sem saída, sem um fim.

Mas, ó fantasma, tu pertences ao meu ser,

nós precisamos, na harmonia, conviver;

pois me liberta e nunca mais te solto assim.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 06/09/2013
Código do texto: T4469256
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