Soneto n° 11

Sento-me a mesa peço um gole

Trago num traço de fome a janta

“Com colher cabe mais” e ria a anta

Da minha mulher das rezas demole

Logo a olhei e sai ela me grita - o Zé

-Fica quieta tenho meus trambiques-

Dei três passinhos com tremeliques

No ombro, quem via dizia esse é o Zé.

Vou compra o mundo filha, falava,

Na rua em tom alto de um gozo puro

Puxava a velhinha pra pique e brava

Ganhava tapas mais sempre no agouro

De puxar sorrisos e sambinhas a desbrava

A vida e leva a felicidade como tesouro

Renato Narciso
Enviado por Renato Narciso em 12/09/2013
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