Soneto n° 21

Morreu ontem em meu quintal

Uma formiga de ânsia depressão

Resolvi então chorar e fazer sessão

De seis missas num dueto acidental

Com o padre da capelinha pobre,

Levei o cadáver numa bexiga de mão

Cheia de fitas coloridas para o chão

Senti que deveria enfeitar em nobre

Platina de cristal o tumulo eterno

Da formiga gelada por ter morrido,

Quando cheguei ao casebre materno

Vi o padre lamentando o tal ocorrido

Cheio de dor pela perca do filho materno

Dum luto penoso que nunca tinha vivido

Renato Narciso
Enviado por Renato Narciso em 13/09/2013
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