INSATISFAÇÃO

Procuro, persisto, porém não consigo

mover o esqueleto da insatisfação

que traça-me o dia de santa opressão,

coberta rasgada jogada em mendigo.

É tanta vontade de tudo ante a mão!

Um tudo que, doido de fome, persigo

pra ser mais um nada no imenso jazigo

de inúteis conquistas erguido em meu chão.

Em vãos despertares opacos teimando

nas chatas manhãs-passarinhos queimando,

anseio estrelar-me em resposta o céu rubro.

Por que pouquidades e faltas, carências?

O que esteriliza a manentes ausências?

Procuro, persisto, porém não descubro.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 17/09/2013
Reeditado em 17/09/2013
Código do texto: T4485325
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