SONETO DO LAMENTO DA ROCHA.

Escorre em mim,suor limo
nínguem ouve meu lamento
não sabes de mim um décimo
para deixar-me ao vil relento.

Que culpa tenho eu,diga-me?
pra nascer com tanta dureza
causar em vós tanta incerteza,
se há mistério,imploro,traga-me.

Solitária do alto deste penhasco
sinto as crúeis agruras do tempo
sinto em teu pensamento um asco.

De ver-me assim tão intransponível,
tire de vossas retinas tal contratempo
sou apenas uma dura rocha disponível.




 
Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 23/09/2013
Reeditado em 23/09/2013
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