Rosa, poema e comunhão

A áspera dor moral da solidão

habitou minha infância mais profunda

e inda me pede que não a confunda

com a ferida da retaliação.

Envolto em abissal tristeza funda,

sou chuva ácida e sou poluição,

mas sou menos degraus que corrimão

na desvalida vida vagabunda.

A tosse oca na boca ressecada

é a sede que desenha meu caminho:

tenho fome de tudo e o tudo é nada.

Eu quero a rosa sangrada no espinho,

quero o poema da página rasgada

e a comunhão sagrada com o vinho.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 26/09/2013
Código do texto: T4499599
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