estrela estrada porta estreita
na parede muito branca
é pálida lembrança
um beijo uma frase manchas
que o olhar esconde e conserva
no espelho escuro e cego
(como todo espelho) um outro rosto
assume os contornos o rascunho
dessa infinita saudade
perguntas rondam o pescoço
nenhuma certeza socorre o afogado
e assim nascemos e morremos sem saber
que ainda somos a estrela iluminando
a estrada onde os erros se repetem
e a porta estreita que nunca se fecha