DUALISMO
 
Não existe em mim a bondade perfeita
Nem uma maldade total me espreita...
Sou alguém que se inunda de tristeza,
Meu humanismo é alento e incerteza.
 
Assim, no bem como no mal padeço
E, enganando minh’alma, me esqueço;
Entre crenças e débeis desenganos,
Esperanças e ilusões, correm os anos.
 
Revisto-me de algumas virtudes,
Mas a máscara de delitos me apraz...
De horrores e sublimações sou capaz.
 
E, assim meus ideais se perpetuam
Entre o meu ser e o não ser regente,
Um anjo e um demônio que também sente...
 



(Inspirado no soneto de Olavo Bilac)
 


( Imagem: google)