opus 1987 para oboé e cravo

piano pianíssimo e talvez a chuva

a madrugada solta nas arvores

vestígios do vento sobre a casa

silencio da terra dormindo

imóvel movo-me na música

o mundo são essas vozes essas lembranças

que roçam a superfície da alma

serenidade tão sólida tão suave

subitamente cessam todas as palavras

(elas não sofrem a pressão das ideias)

o peso permite a claridade e vice-versa

a solidão não é mais orgulho ou revolta

e em sua face amorosa se destacam

a ternura dos encontros e a própria aurora

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 06/10/2013
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