Passos de um peregrino

Como um cosmonauta perdido e incerto

Quanto ao rumo de seu próprio destino,

Parto feito um hesitante mochileiro cego

Na busca incessante que em vão lancino.

Sigo estradas de emboscadas por perto

Feito o louco da carta qual um desatino,

A inocência protege do medo e liberto

O desejo que rege como se fosse divino.

Seja de um cosmo negro ou lago cristalino

Os antagônicos desvelos do sonhador

Como a lua no céu, como um sol a pino,

Sai dos percalços passos que repagino

Na ilusão obcecada por um denominador

Que justifique os passos desse peregrino.