MEU ESPELHO... 

Floresça, cante, ria... A onde for!
Saia dando a terra claridade,
Dê descanso às almas descansadas...
Quero que seja sempre celebrado.

Chores de manso, nele terás teu refúgio
Só à dor enobrece... Sofre sereno
A vida é longa, é triste enfim!
O mundo é sem piedade...

Da tua inconsolável amargura
Aprende a amar que amarás um dia
E, só dela terás a tua ventura

Sem um grito sequer tua desgraça
De te há traços tristezas inteira
Tua lúcida e constante companheira!
 

(_04/1964)