DO MAR E DE NÓS * A Recusa

Recuso ser, na noite, a sombra que desenha

a angústia indefinida e fria deste cais.

O que tiver de vir, se mais houver, que venha,

Mostrengo, Adamastor e Fim do Nunca Mais!

O leme se quebrou. Ao vento, as rotas velas

ensaiam os sinais das barcas à deriva.

Que velhas perdições?! Na consciência delas,

assombram predições doendo em carne viva.

Que venham os pinhais gritar o desafio

do tempo por haver que acena o amanhecer

além deste torpor indefinido e frio!

Que venha a tentação sortílega tecer,

com arte e com engenho, o já lendário fio

da espera que germina um novo acontecer!...

José-Augusto de Carvalho

20 de Abril de 2010

Viana*Évora*Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 28/10/2013
Reeditado em 28/12/2018
Código do texto: T4545352
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