DEVANEIOS
Divaga devagar minha mente calma;
Passeia por meandros e remansos
Buscando a alegria dos descansos,
Esteio para o corpo e para a alma.
Entrego-me sereno à suspensão
Do ânimo, já amigo do torpor
Que aviva a tentativa de transpor
As bordas da aparente submissão.
De fato, ao entregar-me por inteiro
Ao éter desse mundo alvissareiro,
Parece-me fugir a atividade;
Porém, ao penetrar os seus portais,
Contendo os sentimentos animais,
Abraça-me a melhor criatividade.