DEVANEIOS

Divaga devagar minha mente calma;

Passeia por meandros e remansos

Buscando a alegria dos descansos,

Esteio para o corpo e para a alma.

Entrego-me sereno à suspensão

Do ânimo, já amigo do torpor

Que aviva a tentativa de transpor

As bordas da aparente submissão.

De fato, ao entregar-me por inteiro

Ao éter desse mundo alvissareiro,

Parece-me fugir a atividade;

Porém, ao penetrar os seus portais,

Contendo os sentimentos animais,

Abraça-me a melhor criatividade.

Marcelo David
Enviado por Marcelo David em 03/11/2013
Código do texto: T4554181
Classificação de conteúdo: seguro