O FUTURO
Pensei comigo: E se acabasse tudo
E só sobrasse a mim no mundo todo?
Descobriria eu que sou um engodo,
E finalmente ficaria mudo?
A convivência solitária, enfim,
Resultaria em crescimento certo?
O coração que sempre fora aberto
Encontraria, de repente, o fim?
Ou poderia o anoitecer soturno
Sobrepujar o reluzir diurno,
E reduzir da minha mente o viço?
Será que o lixo arremessado ao céu
Revelará com precisão cruel
Que, na verdade, sou formado disso?