AMOR, UMA CONFIDÊNCIA.

Não sei se me arrasto, não sei se me dôo,

não sei se hoje eu corro, se luto ou salteio,

só sei que não quero ficar nesse anseio,

ser álbum passado eu não posso e magôo.

Mas nesta paisagem não caibo e destôo.

Eu rasgo os sonetos, amor, me refreio,

e todo o querer que era lindo hoje é feio,

pois nada mais tenho, nem sonhos em vôo.

Meus dias e noites não têm mais remédio,

as águas mais puras deixaram seu leito,

e turvam meus olhos com tristes assédios.

Se a terra é de todos num sulco me deito,

embalo em silêncio os obuses do tédio,

e guardo as granadas que explodem no peito.