Mausoléu
Eu temo a vida como quem teme a morte,
Pois ela sempre há de ter um paradeiro,
Eu tenho a morte como escudeiro,
E a loucura como própria sorte.
Vem com oum beijo ou talvez um corte,
Na nuvem escura de um nefasto devaneio,
De mortificultura louca eu estou cheio,
E me sentindo cada vez mais forte.
Estou trancado neste mausoléu,
Porém feliz por este destino,
Pois este amargo tem sabor de mel.
Meus sofrimentos agora eu elimino,
Os meus tormentos me levarão ao céu,
Pois da loucura e da morte eu me aproximo.