Epitáfio

Eu fui imóvel, e mesmo assim errante;

Eu tive amor, e sempre fui carência...

Por muito tempo ousei esse levante:

Uma imagem refletindo a persistência.

Eu andei perto, e mesmo assim distante;

Estive em tudo, e em tudo fui ausência...

Por toda vida usei esse semblante:

Uma imagem omitindo a decadência.

Um álbum com sorrisos disfarçados.

Não sinta pena, eu estou confortado:

A morte me ampara... É triste admitir,

Mas lembre que morri em desventura,

E por favor, não chore à minha sepultura,

Que muito mais chorei quando vivi!

Sr Ferdinando
Enviado por Sr Ferdinando em 03/12/2013
Reeditado em 18/11/2014
Código do texto: T4597454
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