DEIXEM-ME A CHORAR - Soneto ( nº8) do meu livro "Em todos os sentidos"

Depois que o sol se põe de modo brando,

Vou me abrigar em velhos sofrimentos,

E das minhas paixões que vou lembrando,

Faço-me de réu pelos julgamentos!

Como fosse o juiz, tenho a tristeza

Que lê minha sentença lentamente,

E se eu, de toda culpa, fui rudeza;

Por eles, vou chorar intensamente!

Choro esse vestir dos sonhos fruídos,

Que o regozijo de volta não traz,

Tantos desejos de nós, a implorar.

O ardor no peito dos anjos traídos

É agrura, dá pena e, me desfaz...;

Ó, por favor, deixem-me aqui a chorar!

Setedados
Enviado por Setedados em 06/12/2013
Código do texto: T4600543
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