Poeta andarilho

Pobre poeta que vive vagando

e diz que é sua forma de viver

pelas praças e ruas cambaleando

sem mais vontade de acontecer

O corpo curvado ,idade e cansaço

talvez esconda uma dor qualquer

quem sabe lhe falte um terno abraço

de uma família,filhos ou mulher.

Fama e dinheiro? Nada lhe interessa

fumando e bebendo ,vida controversa

de quem as letras soube encontrar,

Pobre poeta que cansou do verso

escolheu pra si,esse viver adverso

e andarilhando sem nunca chegar.

FIZ ESSE SONETO DEPOIS DE LER A HISTÓRIA DESSE POETA QUE VIVE ANDARILHANDO PELAS RUAS E PRAÇAS DE FORTALEZA.

AÇÃO GIGANTESCA

Beijei a boca da noite

E engoli milhões de estrelas.

Fiquei iluminado.

Bebi toda a água do oceano.

Devorei as florestas.

A Humanidade ajoelhou-se aos meus pés,

Pensando que era a hora do Juízo Final.

Apertei, com as mãos, a terra,

Derretendo-a.

As aves em sua totalidade,

Voaram para o Além.

Os animais caíram do abismo espacial.

Dei uma gargalhada cínica

E fui descansar na primeira nuvem

Que passava naquele dia

Em que o sol me olhava assustadoramente.

Fui dormir o sono da eternidade.

E me acordei mil anos depois,

Por detrás do Universo."

Mario Gomes

Esse poema de Mario Gomes ,ganhou o primeiro lugar no Festival de Poesia Cearense, de 1981.