tenho a praia no sangue
tenho a praia no sangue
amanheço entre ondas
converso longamente
com o sal e com a brisa
e nos arrecifes ilumino
peixes plâncton e perais
onde a poesia se torna
naufrágio exílio da alma
tenho a praia no sangue
e transpiro a solidão
das ilhas das encostas das cavernas
onde o oceano coagula e germina
o início de toda vida
e o fim deste mundo