O POETA E A AMADA
Depois de alguns dias de chuva benéfica e mansa,
O Sertão da minha vida de repente ficou frio...
As nuvens nesse entardecer vão como um rio,
Que célere corre e desagua no mar da minha lembrança.
Na fímbria do horizonte relâmpagos prenunciam agora
Que talvez à noite volte a chover a cântaros novamente...
O coração deste poeta olha a chuva, e, melancolicamente,
Lembro-me de uma amada do passado, e o meu peito chora!
Há muitos anos, na chuva numa noite, este poeta e a amada...
Íamos felizes e alegremente molhados pela longa avenida...
Os pingos de chuva no rosto incessantemente como palavras de amor...
A minha motocicleta ia no embalo daquela emoção... Linda namorada!
Este poeta e a amada... Com prudência. Quanta coisa linda bem vivida!
Saudades daquele tempo! A minha amada era a mais meiga e bela flor!