Soneto do poeta deprimido

A dor que eu sinto agora,

Aqui no meu peito estanca.

Qual a dor da Florbella Espanca,

E vem ser ter dia nem hora.

É dor que arrasa e vigora,

Tem cores, exceto a branca.

E um pranto, em meus olhos , arranca,

É dor que não que ir embora.

A dor é cruel, persistente,

E eu fico no mundo em má sorte.

Abala qualquer ser vivente,

Deixando-o sem nenhum suporte.

E eu fico aqui, tão somente,

Querendo a presença da morte.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 24/04/2007
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