(apurando o ponto do doce em tacho de cobre à beira do fogão à lenha; histórias fluindo no alpendre largo; fogueira nova crepitando; lua, idem...)

Jamais confiei nos leites da tal lua

- essa desonesta infanta desmamada;

- sirigaita azeda, transparente e nua;

- dama bem talhada, qual murcha, qual nada!

Tampouco provei da natalua plena,

creme longeamargo, goiabado em breu...

Nem vaguei nas asas de dúbia falena:

pirilampa tonta, nem me escolheu!

Não, nunca luei nem mesmo um sonho azul...

Ou urdi roteiros com a sabichona

cuja fala engana mestres, lestes, sul...

(Que me sabe nunca, mas se sabe dona,

e, com tédio, espelha mon cœur - beau et foul.)

Mas a noite vem, e a gente se apaixona!...

Gina Girão
Enviado por Gina Girão em 29/12/2013
Reeditado em 09/03/2015
Código do texto: T4629675
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