A Afrodite

Em teu corpo no deleite da amante,

A contemplar a textura da tez vacilante

A pele dilacerante a emanar o perfume

Onde a aventureira se perde no costume.

Como num navio a navegar tolerante

Mal surge o vento nas velas ante

Um delirar de corpos no sexo lume

Rumo ao gozo infernal que resume.

Teus olhos negros provocam e trazem

Rancor ou doçura em jóias frias luzem

O ouro e a gema pecaminosa do ar.

Ao ver a cadência das ancas a exaustão

Digo a Afrodite na dança do coração

No alto da alcova com gemidos a soar.

Herr Doktor

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 25/04/2007
Reeditado em 30/09/2008
Código do texto: T463630
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