LUA RENDIDA
Juliana Valis


Lua perdida na vertigem do amor,

Tão crua miragem da noite exultante,

Do verbo que açoite o verso da dor,

Cor que restou no caminho adiante...



Ah, lua rendida aos estrépitos sós

Na veloz madrugada de estrelas fugazes,

Desabando, assim, na alma que nós

Dispusermos, sem calma, nos amores loquazes...



O que dizer dessas noites tão sós, esquecidas,

Como verso veloz que nos faz tão sensíveis,

No universo atroz das constelações diluídas ?



E, assim, corações se tornam estrelas,

Companheiras da lua em dimensões factíveis,

Como sonhos que vagam, na emoção de revê-las !