A IDEIA I

De quando em quando pisca em nossa mente,

Aquela ideia – pisca e não clareia,

Não abre como um sol, brilhantemente,

Nem suave e branda como a lua cheia.

Mas fica ali... e, renitentemente,

Nem apaga, nem brilha, bruxuleia,

Hesitante em se abrir, pisca somente,

Como o sangue a pulsar dentro da veia.

Mas só partindo a bolsa que a contém

Pode mostrar a luz que lhe convém

Aos contornos sutis de sua arte.

Contorce-se na mente – serpenteia!

E vai evoluindo – é luz que anseia!

E pisca e pulsa e força e tenta e parte.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 02/02/2014
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