O que guardei

Sonhei por tanto tempo com tua vinda.

Desejos d'um moleque. Sim, talvez.

Mas quando a mãe falou, lembro da vez

Em que senti tudo o que sinto ainda.

O tempo que passa nunca nos blinda

Dos cravos e atritos, pois são leis

Que formam o que somos, e os porquês,

Mistérios d'uma vida que, já, finda.

Assim, quando parar para entender

- Se tarde, com os anjos já vou ter -,

Verás a verdade posta em teu peito:

Verás o paradoxo, e sê-lo-ei;

Verás que podes ser teu próprio rei;

Verás que te amei sempre do meu jeito.

Obs: soneto em homenagem a Guido, meu primeiro irmão mais novo.

Preto
Enviado por Preto em 05/02/2014
Código do texto: T4678520
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