SONETO I

me assalta a indolência neste agosto

e contrito e pálido e mudo e frio

me acalanto nesse meu sol oposto

ansiando da vida outros desafios

que não a secreta angústia amarga

desse tempo de bombas e presságios

a minha rua é o infinito onde habito

que vem da infância mais remota

à adolescência mais cansada e torta.

ah, tempo rastrejador de enigma!

em cada segundo calo e ausculto

o lamento inútil dos minutos, tangendo

as horas dessa vida de sobressaltos.

Elias Paz e Silva
Enviado por Elias Paz e Silva em 30/04/2007
Código do texto: T469168
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.