Adeus meu canto
Adeus meu canto
Adeus meu canto, a minha musa é morta;
já vai distante o féretro e, bem triste,
minh'alma rude quase não resiste,
e nada neste mundo me conforta.
Ingrata, a vida cedo fecha a porta
e põe na minha face o dedo em riste.
Chora o poema, mas já não insiste
numa história de amor que pouco importa.
Pouco importa, meu verso está cansado
de ser severamente maltratado,
pagar por crimes que não cometeu.
Sigo e talvez um dia em minha estrada,
alguém diga: - Poeta eis a sonhada
inspiração que Deus lhe prometeu.
Gilson Faustino Maia