SONETO II
pelas ruas da noite desertado
carrego este sentimento recusado
que te ofereço em troca de qualquer
carinho ou qualquer apreço
que me acompanha neste passo?
o vento, o vento, a noite em dança
de ancas, e as lembranças: o próprio
arfar do amor em rios de cansaço
se derramando sobre o silêncio.
e esta lágrima não é mero enfeite
de rosto, deleite ou desgosto:
esta lágrima, solitária lágrima,
herança de ermos horizontes,
é a voz última sussurrante da fonte