SONETO II

pelas ruas da noite desertado

carrego este sentimento recusado

que te ofereço em troca de qualquer

carinho ou qualquer apreço

que me acompanha neste passo?

o vento, o vento, a noite em dança

de ancas, e as lembranças: o próprio

arfar do amor em rios de cansaço

se derramando sobre o silêncio.

e esta lágrima não é mero enfeite

de rosto, deleite ou desgosto:

esta lágrima, solitária lágrima,

herança de ermos horizontes,

é a voz última sussurrante da fonte

Elias Paz e Silva
Enviado por Elias Paz e Silva em 01/05/2007
Código do texto: T470385
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