SONETO III

vida, esta dádiva semprenunca repetida,

que faz tremer russos e americanos,

por que hei de seguí-la, ao Iongo dos anos,

dando socos de maguila em troco de a-venturas?

vida, labuta, luta de ringue, ranger

de dentes e ameaças de paraíso. outros

infernos haverão pior que a maldição

de vida, vital, brevelonga e em vão?

mas vida, renhida, comprada a suor e não;

vída, mais que morte, número de sorte;

vida, mais que madeiro, verbo e yeshu'a.

ai, vida como vida, mas vida in-finita,

sem hora marcada, sem relógio de ritmo

sem nexo, assim te quero - mais valia - poesia.

Elias Paz e Silva
Enviado por Elias Paz e Silva em 01/05/2007
Código do texto: T470390
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