Soneto do que já passou

À minha mana Irenilde de Sousa Aguiar

Ainda lembro de teus pequenos passos, eu

sempre a te guiar, animar, não fui

os olhos, o braço que se estendeu

quando caída, choravas como em cruz.

Gritavas horrores, clamavas a deus algum

que a livrasse das torturas, da prisão

nada mais te apareceu, nada mais que um

anjo bom a te matar a solidão.

Não te quero permitir bastar a lida

há muito mais a te valer em tua vida...

um soneto de Espanca a recitar.

Se não te bastar tão sinuoso caminho

lembra que o ser-aí nada faz sozinho

a menos que sejas deusa sobre altar.

30/04/2007