chuva na chuva

a chuva no vidro da janela

a chuva nas folhas e no barro

a chuva no telhado e na pele

a chuva na própria chuva

ouço a voz que não é minha

mas está na minha boca

ouço teu coração silencioso

ouço tua poesia sem palavras

(teus olhos dizem o que não digo dizendo

enquanto falo ouço o que vejo :

você na chuva a chuva nos teus cabelos)

que não fique o impossível carinho

(sempre mais próximo e irrecuperável) que fique

só essa ternura : teu silêncio nós dois na chuva

9/2/1987

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 05/03/2014
Código do texto: T4715601
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