Soneto sepulcral

Um crânio, uma caveira carcomida,

Jogada em uma fria sepultura;

Uma massa esquelética, esquecida,

Sem forma, conteúdo ou estrutura...

Tecido, pele, carne ressequida;

Insetos, vermes, ratos com fartura;

Destroços, ossos tortos dessa vida,

Na sua cadavérica feiura.

É o fim de uma existência, fim de um tempo,

Com a roupagem toda descartada,

Em seu processo de apodrecimento.

E assim o fogo cessa, a luz se apaga;

Vem o transporte, o descarregamento,

À solidão, à escuridão, ao nada...

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 20/03/2014
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