Soneto às mães: Beleza maior do mundo
Guardar-te-ei perene no relicário do meu coração
Mirei vasta campina, galante de lírios, sóbrias flores
Contemplei o império de Alexandre e até a glória de Salomão
No semblante da Virgem Maria, mãe, tua face brilhou.
Entre tantas belezas, tu és a única que não morrerá
Tu és que entende as coisas que digo, escrevo a ti
Sempre te sinto perto de mim, assim eternamente será
Para ti farei quase sempre uma ária madrigal de verão.
O arco-íris perdeu as cores quando passou tua beleza
O sol se escondeu envergonhado, mulher, por teu luzir
Até o maior dos reis entregou a ti grande realeza.
Toda a apoteose derreia-se na tua presença
Tua prole é fecunda e duradoura como a de Abraão
És a beleza maior do mundo, és meu viver e crença.