PRISIONEIRA DE UMA SAUDADE
Soneto
 
No silêncio das minhas lembranças
Há uma porta a ranger entreaberta...
Que de mansinho em meio às brumas
Adentra em mim essa dor que aperta.
 
Remexendo a desesperança já finda
Que ficou em meu caminho perdida
Sobre as folhas do tempo adormecidas
Quando há ventania, ainda sopra dorida...
 
Vez por outra essa porta emperra minh’alma
 Resquícios saudade transpõem em melancolia.
Soprando o vento... Bate rangendo empalma... 
 
Nas tardes vagueia tristeza em ambiência
Por entre as grades vejo o tempo à revelia...
Durmo no tempo de uma saudade sem clemência.