DÓI SER UM AMIGO.
Quando nada mais há que me socorra
do adeus, é no silêncio mais profundo
que eu choro, e com a lágrima eu fecundo
um pingo de esperança na gangorra.
E mesmo que ao bom Deus eu já recorra
me sinto cada vez mais moribundo,
pereço sem meus sonhos, e me inundo
com versos de tristeza até que escorra.
Perguntam-me os motivos da tristeza,
respondo que soçobro no sorriso,
no olhar de uma mulher, na sua beleza.
Não tenho um coração, e nem preciso,
eu dei com todo amor para a princesa
que chama-me de amigo sem juízo.