Átimo Tempo

(Soneto Alexandrino misto de grave, agudo, trimétrico e tetrâmetro de versos agudos e rimas masculinas na sequência lógica das vogais á,é,i,ó,u)

Genilton Vaillant de Sá

Praia do Canto – Vitória - ES

Ah, tempo! temporão, tempestivo, sei lá!

Temporada de vida atempada da fé,

que temporiza a morte, ilusão tosca e má

da eternidade, assaz sem cabeça nem pé!

Tempo, esse mito que se mete em tudo que há,

a destempo, de tão temperamental que é!

Se o tempo vem a tempo, pouco se me dá

se pra a vida se põe mais de frente ou de ré!

Mas apesar de tudo, acho que um dia eu cri!

Que contratempo! O tempo apavorado eu vi

e, então, pude notar com paciência de Jó

que o tempo passa assim tão sem graça e sem dó,

como um sopro qualquer, do nada, nu e cru,

seguindo ao léu pro além, sorrateiro... num vu!

Genilton Vaillant de Sá
Enviado por Genilton Vaillant de Sá em 12/05/2014
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