SONETO QUASE ALEXANDRINO
Existe alexandrino escrito lá no céu,
Há disco de quarenta e cinco rotações,
Geógrafo de sonhos e de corações,
Dizeres sem barulho e pequeno pincel.
Rabisca sete estrelas no branco papel
A alimentar leões e poucos tubarões.
O poema e seus rabiscos de alucinações,
A palavra a formar imenso carretel.
Os dedos de um pintor a paisagem acorda,
No terminal calado a floresta e o mar,
O vate sonetista a se soltar da corda.
A poesia nem ouve apenas imagina,
Ao silêncio da Luz o soneto a vagar
(Perdido, o último verso - a vida nos ensina).