ENCLAUSURADO

A água espumosa vertia alto e dura

Batia como ventos vindos do norte,

Como carrancas frias defrontando

Minhas entranhas lúgubres de morte.

 

Eram como areias pavorosas do deserto

Em aluvião, redemoinhos de medos,

Rebuscando por dentro minha alma

Punçando dos meus ais, meus segredos.

 

E assim, passo meus dias convertido

Num ermitão, como ostra enclausurado,

Sendo vítima de fantasmas e arremedos.

 

São efeitos dos anos combatendo na vida

Que trancam minha alma em cadeados,

Fazendo de mim, silêncio de alma carcomida!

 

Haromax