Recreio da Saciedade

Concede-me outra vez aquele olhar sem fim

Em que perdido fico ainda em louco ardor

Que sabe a noite enfim, fazer-se lenta em mim

Leitura aberta ao ser calor por fora ator

Por dentro espreita além, me deixa como vim

Ao mundo respirar, quão nua vens no amor

Que ao toque nem desdém, te arde a pele assim

Praiano galopar em tez de um sol reitor

Desejo aplaude em pé e inunda a excitação

Regressa do ideal, havido simplesmente

Do primoroso dia aberto a essa intenção

Um só a dois que a urgência anima e faz fremente

Necessidade audaz vinda em transpiração

Que à gestual frequência insurge entorpecente

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 10/06/2014
Reeditado em 14/07/2014
Código do texto: T4840103
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