Amor
Amei-te quando tu menos merecias,
por saber que foi quando mais precisaste,
e a despeito da saudade que me deixaste,
outra vez da mesma forma te amaria.
Dei-te tudo o quanto tua ânsia queria,
além dos carinhos dos quais necessitavas,
e ainda que eu não fosse quem sonhavas,
dar-me carinhos também tu o sabias.
E quantos pensavam que só d’ilusões eu vivia,
não sabiam como eram ternos os nossos dias,
e o quanto foram aconchegantes as nossas noites!
E quando tu me deixaste – numa noite tão fria! –
meu pranto era de tristeza, e hoje é de alegria:
Dei-te amor, mesmo restando-me ventos e açoites...
JUL/2014