A CONSEQUÊNCIA
O sol nasce brilhante e soberano
Iluminando a vida tão cinzenta,
Que já, por vezes, só é pachorrenta,
Levando a minha mente ao próprio engano.
E depois pago pelo próprio dano
Como uma consequência não isenta,
Que duma solidão já me apoquenta
A paz do espírito que mais emano!
Pois na profundidade do sentido
Que a mente se alimenta das ideias
Encontro o pensamento já perdido;
Pudesse descobrir as tais areias
Que a escuridão me tem adormecido
Junto ao cântico ledo das sereias!
Ângelo Augusto