Ó alma doce que reverte a boca

Ó alma doce que reverte a boca

Para com sombras revelar segredos

Ó voz suave porque deixa os medos ?

Lhe reduzir para as falas roucas

Sabe que as treva é tão vil e mouca

Que nos comprime por entre seus dedos

O mel que lança é rançoso e azedo

E a graça nobre é escassa, é pouca

Não faça bálsamo para seu martírio

Sorvendo sombras por entre seus poros

Enegrecendo seu clamor sonoro

Se iludindo por um vão delírio

Mas torne as dores como altos coros

Buscando na lama perfumados lírios

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 04/08/2014
Reeditado em 04/08/2014
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