Ó alma doce que reverte a boca
Ó alma doce que reverte a boca
Para com sombras revelar segredos
Ó voz suave porque deixa os medos ?
Lhe reduzir para as falas roucas
Sabe que as treva é tão vil e mouca
Que nos comprime por entre seus dedos
O mel que lança é rançoso e azedo
E a graça nobre é escassa, é pouca
Não faça bálsamo para seu martírio
Sorvendo sombras por entre seus poros
Enegrecendo seu clamor sonoro
Se iludindo por um vão delírio
Mas torne as dores como altos coros
Buscando na lama perfumados lírios