Sonho perdido

Eu era tão feliz, inocente, uma criança,

não sabia ainda que a vida machucava,

e vivia risos e sonhava sonhos de bonança;

adormecia em doce seio que me amava.

Um dia ouvi uma voz tão terna e mansa

que, em cânticos, as flores me mostrava

de um caramanchão coberto de espinha brava

e eu feliz, sem medo, carregava a esperança.

Aquela mão amiga me livrava dos espinhos

daquela estrada; era um sonho colorido.

E aprendi a ficar só; afastou-se o Querubim.

Hoje, no meu andar errante, vou sozinho

mesmo me sentindo assim meio perdido;

e nunca mais ouvi a voz cantar pra mim.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 17/05/2007
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